segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

canção da despedida incompleta...

olho-te e não te quero ver
vejo-te mas não quero olhar

os teus olhos ariscos e felinos
não se fixam em nenhum ponto

não te quero olhar mas vejo-te
encostas-te na poltrona e sorris

as tuas mãos oscilam
o teu olhar não se fixa

perdeste o foco
e eu perdi o chão

olho-te agora
mas não te quero ver

imóvel sustendo a respiração
seguro no peito apenas esta canção

segue o som
perde o freio
oscila no vento
canta o tormento
corre depressa
já ninguém te espera
sobe as escadas
e sai pela janela
mergulha de cabeça
ninguém te espera
desce o rio
mergulha no mar
parte para longe
onde te possam esperar

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